sábado, 15 de setembro de 2007

" TALK TALK "


A história do Talk Talk se remota no interior da Inglaterra com o cantor e letrista Mark Hollis e seu irmão mais novo, Ed Hollis, DJ e produtor, e que mantinha a banda Hollis and the Hot Rods. Inicialmente, Mark Hollis estava planejando se formar piscólogo e trabalhar com crianças, mas em 1975 ele deixou a universidade e se mudou para Londres. A época era propícia e o jovem Mark colocou um anúncio no Melody Maker procurando pessoas para formar uma banda.

Em 77 estava formado o The Reaction. Mark pediu a ajuda de seu irmão para produzir uma demo e enviar para as pessoas com as quais ele tinha contato. Ed Hollis entregou a fita do Reaction para Island Records. Ed Hollis não gostou muito do nome da banda do irmão e mudou o nome da fita demo para Talk Talk e levou até a gravadora do Gary Numan e Cabaret Voltaire, a independente Beggar's Banquet que a incluiu na coletânea chamada Streets.

Depois do primeiro single I Can't Resist, em 1978, The Reaction se separou e, com a ajuda do seu irmão, Mark Hollis foi apresentado aos baixista Paul Webb, ao baterista Lee Harris e ao tecladista Simon Brenner, com quem ele formou oficialmente o Talk Talk em 1981.
Devido a convivência com seu irmão produtor, Mark acbou por se tornar um perfeccionista e a banda gravou várias demos, centenas de ensaios com o produtor Jimmy Miller, Mark conseguiu um contrato com a EMI que tinha acabado de incluir no seu cast o Duran Duran produzido por Colin Thurston que estava em alta pois o álbum do Duran tinha simplesmente emplacado 4 hits nas paradas inglesas e a EMI dispensou o antigo produtor da banda e solicitou a Colin que produzisse os dois primeiros singles da banda: Mirror Man e Talk Talk.
A gravadora estava claramente tentando orientar todo o seu novo cast para o estilo New Romantic e a banda foi a escolhida para abrir todos os shows da tournê de 82 do Duran Duran o que ajudou na divulgação do disco de estréia, o clássico The Party's Over. O disco foi aclamado pela crítica e classificado como "synth pop sensível e contemporâneo" e genial no quesito letras.
Em 1983, o Talk Talk lançou o single My foolish friend que marcou um salto para as principais posições das paradas britânicas. O som estava mais pesado, porém mais maduro. Ainda em 1983, o tecladista Simon Brenner foi demitido por razões que são controversas até hoje. Há quem diga que a decisão partiu de Mark Hollis que achava que Simon não estava se esforçando o suficiente.

Durante o ano de 1983 a banda trabalhou basicamente no álbum It's my Life, que trouxe a música que deu nome ao álbum, inovando e acentuando um estilo New Romantic um pouco mais pop, mesclado com seu technopop texturizado, para se ouvir em casa, uma espécie de pré-ambient. Infelizmente essa música ganhou uma versão não muito palatável meses atrás, e apesar do relativo sucesso aos ouvidos desavisados, a original continua disparada imbatível no coração dos fãs dos 80. Foi decisiva a chegada do produtor e multi-instumentista Tim Friese-Greene que passou a ser um membro não oficial da banda em todos os discos. Hollis encontrou em Friese a pessoal ideal para entender as ambições dele. It's my life acabou se tornando um clássico dos anos 80. A música trazia finas linhas de pop e tentava direcionar a new wave para um caminho de texturas mais ricas. A música foi sucesso no mundo inteiro. Seu clipe é uma atração à parte nas festas Autobahn, baseado em imagens de animais brincando em seu habitat, como em uma bela campanha ambientalista.
O disco seguinte, The colour of spring de 1986 trazia o mesmo clima de It's My Life e emplacou os sucessos Life is What You Make of it e Give it Up se tornando o disco mais vendido da banda.
Em 1987, a banda se instalou em uma igreja abandonada em Suffolk para começar a trabalhar no quarto álbum. Essa decisão foi tomada por Hollis que estava ouvindo muito na época o disco Closer do Joy Division, que também foi gravado em uma igreja abandonada e trouxe efeitos sonoros bem diferentes de um estúdio convencional. Depois do sucesso de vendas do disco anterior e de uma turnê realizada em 86 que foi extremamente rentável, a gravadora EMI aguardava ansiosamente por este disco. No entanto, a banda estourou o prazo e as cobranças por parte do executivos da gravadora começaram.
Cobrado pela gravadora, Hollis disse que não permitiria nenhum tipo de intervenção para acelerar as gravações e nem aceitaria a demissão produtor. Hollis e o produtor, estavam construindo músicas com arranjos extremamente complexos e, portanto, também não poderia ceder aos pedidos de shows que a gravadora estava recebendo.
Finalmente, após 14 semanas dentro do estúdio, o disco Spirit of Eden ganhou a luz do dia e foi massacrado pela crítica, gerando uma pequena procura comercial enorme que acabou em rádios que não executavam as músicas por achar que o público não iria gostar. Músicas prolongadas, arranjos intrincados, muito semelhantes ao Jazz. Todo esse desgate trouxe o inevitável rompimento de contrato entre gravadora e banda. Houve uma ultima tentativa da gravadora para tentar reaver o prejuízo e lançou o single I Believe in You sem o consentimento da banda.
Hollis processou a gravadora e a música foi retirada de todas as rádios onde estava começando a tocar. A banda conseguiu assinar com a Polydor para lançar um outro trabalho, mas Paul Webb deixou a banda, irritado com a incostância das situações. Isso fez com que Laughing Stock foi gravado, basicamente com músicos convidados. O trabalho marcou o fim da banda e em 1992, Webb e Harris formaram a banda O'Rang enquanto Hollis desapareceu voltando à cena apenas em 1998 com um disco solo.
O último lançamento foi em 1999, o disco London 1986, ao vivo e em 2003
a coletânea Time It's Time.

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